Caso Harvey Weinstein: Juiz anula julgamento de uma das acusações de estupro
12/06/2025
(Foto: Reprodução) Segundo a agência Reuters, a nulidade foi anunciada após um dos jurados se recusar a continuar as deliberações e envolvia uma acusação que não havia recebido um veredito unânime na quarta-feira (11). Harvey Weinstein em tribunal, em Nova York, nesta quinta-feira (12)
Jefferson Siegel/Pool via REUTERS
O juiz responsável pelo julgamento criminal de Harvey Weinstein em Manhattan anulou o julgamento de uma das acusações de estupro de terceiro grau contra o ex-magnata do cinema de Hollywood, nesta quinta-feira (12).
Segundo a agência Reuters, a nulidade foi anunciada após um dos jurados se recusar a continuar as deliberações. De acordo com a Variety, outro jurado teria feito uma ameaça de agressão.
A anulação envolve uma acusação que não havia recebido um veredito unânime durante o julgamento realizado na quarta-feira (11), na cidade de Nova York. A denúncia era de Jessica Mann.
Na ocasião, Harvey Weinstein foi considerado culpado em mais uma acusação de violência sexual. O júri considerou o ex-produtor culpado de agredir sexualmente Miriam Haley.
Composto majoritariamente por mulheres, o júri ainda absolveu Weinstein de uma segunda acusação de agressão sexual contra Kaja Sokola.
Contexto do Novo Julgamento
Este novo julgamento foi necessário porque as condenações anteriores de Weinstein em Nova York, de 2020, foram anuladas em abril de 2024 pela mais alta corte do estado.
No julgamento de 2020, ele havia sido considerado culpado de abusar sexualmente de Miriam Haley e Jessica Mann, e estava cumprindo uma sentença de 23 anos em Nova York até que essas condenações fossem derrubadas.
A anulação ocorreu por uma decisão de 4 a 3 da corte, que afirmou que Weinstein foi "privado de um julgamento justo". A maioria da corte argumentou que os promotores foram autorizados a convocar testemunhas que alegam ter sido agredidas por ele, mas que as acusações não tiveram evidências físicas.
Testemunhas como Tarale Wulff e Dawn Dunning, que haviam testemunhado no primeiro julgamento e cujo depoimento foi considerado inadmissível, estiveram na sala de audiências do novo julgamento.
Detalhes do Novo Processo
Weinstein se declarou inocente de todas as acusações em seu novo julgamento. Tanto Miriam Haley quanto Jessica Mann testemunharam novamente contra ele.
Em seus testemunhos, Haley alegou que Weinstein a agrediu sexualmente à força em seu apartamento em 2006. Mann, por sua vez, o acusou de estuprá-la em um hotel em 2013.
Uma nova testemunha, Kaja Sokola, que não testemunhou no julgamento de 2020, foi identificada pela acusação nas alegações iniciais no final de abril.
Sokola descreveu duas supostas agressões sexuais cometidas por Weinstein: uma em 2002, quando ela tinha 16 anos, e outra em um hotel em Manhattan em 2006, sendo esta última o incidente pelo qual Weinstein foi acusado no novo julgamento.
Os promotores, incluindo a assistente de promotoria Shannon Lucey, argumentaram que Weinstein usou seu "imenso poder" na indústria cinematográfica e televisiva por 30 anos para exercer "enorme controle" e agredir sexualmente as três mulheres.
Eles afirmaram que magnata oferecia a elas "roteiros e a promessa de fama" e "usava essas oportunidades de sonho como armas". Lucey declarou que "quanto mais elas resistiam, mais ele se tornava enérgico".
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